domingo, 30 de março de 2014

Corra, Lola, Corra

A Rosana sempre foi uma pessoa fisicamente muito ativa. Nestes 25 anos, não me lembro de ter havido um período em que ela tenha ficado mais de 2 semanas sem fazer uma atividade, principalmente correr. A disciplina e prazer com que ela encara o exercício físico é inspiradora, entre outras características dela. Eu, ao contrário, sempre corri atrás de algo ou corria quando algo estava atrás de mim. Esportes com bola me motivaram muito mais do que outras atividades.

Ver a Rosana viver é um privilégio. Sempre buscando a maior qualidade possível em tudo, sempre se doando com aquele carinho que só quem ama profundamente pode ter. Me ensina todo o dia como não desperdiçar recursos (não é pão dura, não). Usa qualquer coisa até o final (sabonete, sapólio, pasta de dente, etc.) sem jamais se portar com mesquinhez ou avareza. Temos muitos móveis e aparelhos que compramos no início do casamento. A tv que o Seu João ajudou a comprar quando ela foi pra Campo Grande (isso tem 28 anos) está em perfeito estado e funcionando muito bem. O conjunto para feijoada que o meu tio Almerindo nos deu no casamento está inteiro. A nossa amiga Neli nos deu uma mesa de tv que usamos em nosso quarto. Roupas, calçados, tudo o que temos é cuidado à perfeição de forma natural. Em resumo: o princípio da prosperidade. Em todos os lugares em que moramos, a Rosana sempre tratou de deixar os ambientes limpos, organizados, cuidados. Desde os dois cômodos em que moramos no fundo da casa de meus pais em Campo Grande até em nossa casa hoje em Tatuí, nossa família teve a benção de ser cuidada por este ser humano maravilhoso que é minha esposa.

Devo confessar que dei (e dou) muito trabalho neste quesito. Desde o clássico "deixar roupa em cima da cama" até "esquecer de pagar conta", passando por "usar o notebook em cima da mesa sem um pano para não riscar", foram muitas e muitas brigas, chamadas de atenção e conversas sobre organização e conservar o que temos. Ainda me falta aprender muito, ainda desperdiço coisas à toa, deixo de usar as coisas da forma mais produtiva possível, ainda tenho comportamentos pouco positivos. E nossos filhos são sedentários, apesar de não terem (por enquanto) problemas relacionados a isso.

Mas o tempo é nosso aliado quando temos paciência. Nestas férias, resolvemos fazer uma pequena obra nos fundos de casa. Para economizar, resolvi passar selante nas vigas que seriam usadas na obra. Envolvi os meninos e foi muito gostoso fazer algo deste tipo juntos. Este fato me despertou para tomar iniciativas em casa a exemplo do que faço em meu trabalho. Pintei parede, passei verniz nas madeiras, os meninos me ajudaram e aí comecei a fazer algo que a Rosana me pede há anos: atividade física regular. Acredito que cuidar da casa física, a casa propriamente dita, com um olhar mais carinhoso me ajudou a reencontrar o caminho pra cuidar de minha casa espiritual, o corpo. Comecei a pedalar na bicicleta ergométrica e comecei, depois de um mês, a caminhar. Hoje estou correndo junto com ela. Emagreci. Estou mais disposto. Me alimento melhor. Enfim, aconteceu o que falamos para as pessoas quando defendemos a atividade física. Hoje de manhã eu comentei com ela sobre o que expus acima e ela me pediu pra colocar na crônica de hoje.

O "Lola" do título é pra lembrar da primeira e única cachorra que tivemos por um período de 1 semana. A compramos em Piraju e ela para lá voltou, depois do Hugo perceber que cuidar de alguém dá trabalho. Ela está morando com a nossa sobrinha Larissa e está muito feliz. Como boa blue realer (acho que escreve assim) ela corre. Bem mais do que eu, por enquanto.

Paz de Cristo a todos e até semana que vem.

domingo, 23 de março de 2014

Casamento, que viagem - o casamento!

Casamos aos dezesseis dias do mês de dezembro do 1989º ano da graça de Nosso Senhor na Igreja Dom Bosco. Tava muito, mas muito quente. Suamos como não suamos nunca mais... valeu a pena.

Como era final de ano, muitos colegas de trabalho e amigos em geral estavam viajando. Na época, só tinhamos amigos ligados ao trabalho (SESC) ou à Educação Física, então várias pessoas não puderam comparecer. Devia haver umas 30 pessoas na Igreja. Nem eu, nem a Rosana gostávamos de dar festas (continuamos assim). Na verdade, só tivemos festa porque a minha Tia Áurea e o Tio Miro insistiram em oferecer um jantar na casa deles. Sempre seremos gratos pelas várias manifestações de carinho e atenção que recebemos deles.

O Ederson pegou a Rosana no salão e ficou dando voltas com ela (com o vidro aberto pra despentear a noiva, é lógico) pois o padre estava atrasado. Fiquei no altar vendo o Gilberto (nosso professor de vôlei da UFMS, uma figura absolutamente vital para a minha vida profissional e um querido amigo) gesticulando que a Rosana tinha ido embora. Foi muito engraçado - pelo menos agora eu acho...

Nossa dama de honra foi a Renata, nossa prima e filha do Tio Almerindo e Tia Nair. O padre chegou a tempo e casamos com as bençãos de Deus.

As duas famílias sempre foram muito simples e, à época, não sabíamos como celebrar nossas conquistas (estamos aprendendo isso a cada dia). É um jeito elegante de dizer que éramos caipiras (continuamos assim). Nossa festa de casamento não foi um evento estrondoso mas guardamos boas lembranças. O fotógrafo (que eu não me lembro quem contratou), em um determinado momento falou pra alguém: "TIRA A VELHA DA FRENTE!". A "velha" em questão era a minha mãe (agora, a Rosana tem a idade que a minha mãe tinha quando casamos) e, lógico, ela não gostou nem um pouco. Mas foi muito engraçado (no dia foi e hoje continua sendo). Outro fato engraçado: a samanbaia da minha tia, em uma clássica panela amassada, saiu mais vezes no álbum de casamento que a maioria de nós.

Nós e a samanbaia.

A simplicidade com que casamos ficou como uma marca para nós. Eu achava, e continuo achando, que festão é pra quem sabe dar e, principalmente, para comemorar realizações. Casar, em si, não é uma conquista: é um começo. Sem recriminar quem dá festas grandes nestas ocasiões (pois é característica de cada um) entendo que o foco deve ser construir uma história e iniciar uma vida. Quem, como nós à época, não tem recursos para dar festa, deve ficar tranquilo: a festa que acontece no Céu já vale a pena!

Paz de Cristo a todos!


domingo, 16 de março de 2014

Casamento, que viagem - Ederson, Jorge e Cristina

Se fossemos plantas, acho que a família seria a terra e os amigos o suporte que nos ajuda a crescer e nos fortalecer. Os irmãos e primos são mais que amigos - curiosamente, não os escolhemos mas é praticamente impossível não ama-los - é uma ligação indestrutível. O que fazemos com esta ligação é que é uma escolha. Bom, voltemos aos amigos.

Amigos são uma escolha. Os três que cito no título estavam conosco quando nos conhecemos e são fundamentais em nossa história. Obviamente, três professores de educação física (ô, raça....rs). Trabalhamos juntos no SESC em Campo Grande. Ederson Oliveira, Cristina Ramos da Silva e Jorge Henrique  Franco Godoy. Até hoje é divertido falar o nome inteiro das pessoas da equipe, a Rosana sabe o de todos.

O Ederson se formou no mesmo ano que eu. Entrou na faculdade junto com dois irmãos meus, o Adilson Tebaldi e o Haroldo Dittmar. Tínhamos uma relação amistosa na faculdade mas não éramos próximos. Quando entramos no SESC (na mesma data. E saímos na mesma data também, por coincidência), ficamos próximos e nasceu um carinho que nunca acabou. Foi ele que levou a Rosana para a igreja no dia do nosso casamento e esteve conosco em muitos momentos memoráveis (depois conto). O Ederson é paranaense e LÓGICO que o Paraná nunca saiu dele: o sotaque e a presunção (às vezes justificada, às vezes não) sempre nos fizeram rir bastante. Não tenho dúvidas que este perfil também se deve ao basquete, seu esporte de origem (o esporte mais difícil de jogar e apitar, na minha opinião). Ogro e parceiro, é uma pessoa que temos um carinho eterno pois é isto que a amizade é: uma ligação que, por escolha, mantemos. Nos encontramos recentemente, infelizmente na missa de 7º dia da filha dele, após anos sem nos vermos. Mas o olhar e o abraço eliminam qualquer distância que o tempo e o espaço possam ter colocado. Um amigo para sempre.

Zezé, sobrinha dela (Larissa, que inspirou o nome da nossa Larissa, filha da Rose, irmã da Rosana), Rosana, Edson e Ederson - éramos magros e sabíamos.

A Cristina trabalhava com a Rosana quando eu entrei no SESC e elas eram amigas. Ela tinha vindo de Andradina-SP e, como a Rosana, era uma "forasteira". Foi uma pessoa que nos marcou pela sua personalidade forte. Sempre foi muito divertido nossas discussões porque eu nunca fui fácil de convencer e ela também não era. A Rosana, normalmente, ficava do lado dela...rs. Fizemos algumas festas muito divertidas e rimos bastante. Ela está em Marília, atualmente, e fez enfermagem. Dá aulas na universidade lá e foi professora da Larissa, nossa sobrinha. A encontramos há uns 4 anos.

O Jorge era casado "de novo", como se dizia. Esse "de novo" não era no sentido de "novamente", mas de "recentemente". À época, como casal, não tivemos maturidade de ajudá-los. Até hoje, penso que podíamos ter dado um apoio ao casal, que acabou se separando muito rapidamente. Obviamente, a separação poderia ser inevitável, mas ter pessoas ao lado para passar por este momento com mais tranquilidade faz diferença. Não fomos o que poderíamos ter sido. Tiveram um filho, o Iuri. O Jorge era um amigo muito querido e sempre nos reuníamos para uma cerveja e churrasco. Tínhamos uma sintonia muito legal e foi a primeira pessoa no meio profissional que me deu lições como defender pontos de vista diferentes, discutir e não levar para o lado pessoal. Veio do judô e hoje é advogado em Cuiabá. De vez em quando nos falamos. Aí, a proximidade volta e vemos que a amizade verdadeira é atemporal.

Nossa história, como qualquer outra, é pontuada por vitórias e derrotas (e esta avaliação muda com o tempo - o que é vitória e o que é derrota). Temos uma gratidão enorme por estes três queridos amigos. Esperamos que eles saibam e sintam isso nos momentos em que nos encontramos e ou nos falamos.

As fotos com a Cristina e Jorge vão ser postadas na semana que vem (não deu pra fazer o upload).

Paz de Cristo a todos e até a próxima.

domingo, 9 de março de 2014

Casamento, que viagem - sistema 1 e sistema 2

Boa tarde!

Estou lendo um livro chamado "Rápido e Devagar", de Daniel Khoneman. Ainda estou no início, mas ele desenvolve uma ideia a qual não pude resistir: o cérebro funciona como dois personagens. O sistema 1, rápido, é o personagem que representa nosso lado voltado para as emoções e reações instintivas; o sistema 2 é o personagem que representa nosso lado cognitivo, voltado para os pensamentos mais elaborados. O primeiro é rápido; o segundo, lento. Até onde pude perceber, o autor defende que nós achamos que nosso lado racional (o sistema 2) está no comando: grande erro! Agimos, na maioria das vezes, com o sistema 1 comandando de forma velada e manipuladora (tal qual a Artemísia do filme "300 - a ascensão do império" que assistimos ontem - aliás, bem fraquinho). O que isso tem a ver com o casamento?

Bom, eu acho que quando reconhecemos que a "empresa" casamento é uma sociedade com participação igualitária dos dois sócios, também devemos reconhecer que o comando deve ser partilhado e a liderança, situacional. Às vezes, um lidera; às vezes, outro. A arte é desenvolver este balé cotidiano ao ponto de que não haja traumas na mudança da liderança. Ambos devem se revestir da humildade necessária para se deixar levar, muito embora mantendo a autonomia para avaliar e se posicionar quando houver impasse.

Aqui, cito outro livro bem bacana, "Foco", de Daniel Goleman. Este eu já terminei de ler e afirmo, a partir do que o autor desenvolve, que o sucesso do casamento é uma questão, antes de tudo, de propósito e foco compartilhado. Saber onde queremos chegar e manter individualmente o foco é um exercício muito intenso e que leva  uma vida inteira. Que dirá em dupla?

Por isso, acredito que o casal deve entender que, tal qual o cérebro funciona, o casamento deve ser uma orquestra em que há momentos em que um conduz, em outros o parceiro deve fazê-lo. Nunca um apenas lidera, ou ninguém lidera.

Eis o desafio.

Paz de Cristo a todos!

domingo, 2 de março de 2014

Eu te conheço de outros carnavais....

Estamos em pleno carnaval, que bacana.

Para nós é um período de ficar juntinho com quem a gente ama, aquele ponto em que o carrinho da montanha russa quaaaaase para antes de começar a sua descida vertiginosa.... mas nem sempre foi assim.

Para a Rosana, houve um tempo em que o Carnaval era escrito com letra maiúscula mesmo, o período mais importante do ano. Ela trabalhava o ano inteiro, não comprava surdo nem tamborim e nem dormia em retalhos de cetim, mas ia da sexta até o sábado de aleluia "pulando que nem pipoca". Ia para o Sete ou Iate para dançar das 22h00 até a hora em que a banda parasse de tocar. E chorava quando a última marchinha tocava no "enterro dos ossos". Conseguia uma roupa para cada dia de Carnaval e, segundo ela, não perdia tempo namorando.

Quando nos conhecemos, ela já não tinha esse apego ao reinado de Momo. E meu sogro agradecia, pois sofria cada minuto em que a sua caçula ia para os salões em Piraju.

Já eu fui um carnavalesco abaixo da média: fui algumas vezes no Surian e na União dos Sargentos, mas não me divertia muito. Como a maioria dos foliões (vale a pena ver a crônica do Gregório Duvivier na Folha de hoje - 02/03) eu ia cheio de más intenções e voltava com as mãos abanando.... e elas abanavam bastante.

Eu ia escrever mais (como saímos em Tatuí no Bloco da 3ª Idade junto com a Silmara, o Danilo, o Presidente, o Vicente, a Cida e outras passagens), mas a Rosana tá me chamando pra gente ir à Boituva.

Bom Carnaval pra todos, Paz de Cristo e até a próxima!!!