Bom, hoje é o dia de estréia do Brasil como anfitrião do mundo todo, pois é sede da sede de ganhar uma Copa do Mundo. Até algum tempo atrás, eu não estava empolgado com o evento em si, posto que a crítica a todo este sistema político e social que foi e é construído por nós mesmos como cidadãos acaba servindo como antídoto para exageros.
Mas passei no Itaquerão a cerca de 40 dias atrás para dar uma olhada e fui tomado pela consciência de que é vivemos um momento particularmente marcante. Não importa o que acontecer enquanto resultado esportivo, será histórico e tão eterno quanto um fato esportivo possa ser eterno. Obviamente não entrei nas dependências do estádio mas entrever o gramado, as arquibancadas, o ambiente todo foi revelador: estamos diante da História - é como se estivéssemos assistindo ao comício das Diretas Já no Vale do Anahnagabaú ou a queda do Muro de Berlim. Se o Brasil ganhar, a redenção de 50, a ascenção de Neymar ao nível de Maradona ou Messi e novo período de ouro para a Seleção Brasileira; se o Brasil perder, alguém será o novo Uruguai (talvez o Uruguai de novo, tomara), Neymar vai ter que esperar 4 anos para nova oportunidade e novo período de reconstrução para a Seleção Brasileira.
Por mais que a gente entenda conscientemente que o futebol é apenas esporte (lógico que não é só esporte), que o Brasil não é a Seleção (lógico que é - na minha opinião, a camisa da Seleção deveria ser colocada ao lado do Hino, do Brasão e da Bandeira como símbolo nacional) e que nossa vida não vai mudar em nada se o Brasil não for campeão (lógico que vai - você vai assistir um filme torcendo pro bandido?), é literalmente impossível ficar alheio ao que se passará nos campos e cidades do Brasil de hoje, 12/06 até 13/07. E aí...
E aí eu me lembro do meu pai, Seu João Lourenço e seu patriotismo brega (que eu tenho exatamente igual). "ISTO BRASIL" (fale sem terminar Brasil em "u", mas com a língua no céu da boca) era a frase padrão do pai nos gols, viradas e shows que as seleções dos anos 70 e 80 nos proporcionaram. Nas derrotas, a cara murcha e o seu caminhar em direção à sala de gesso para fazer ataduras gessadas: minha impressão é que em todas as Copas que o Brasil não ganhou meu pai ia, depois do jogo fatídico, fazer ataduras gessadas. Eu e o meu irmão Beto sempre usamos o ISTO BRASIL nas nossas conversas sobre a Seleção Brasileira. Tenho certeza que todo mundo tem referências pessoais em relação às Copas do Mundo e o Brasil. Por isso, quem é brasileiro, gostando ou não de futebol, é definido em sua nacionalidade pelo futebol, assim como o samba, bossa nova e carnaval. Fale para um estrangeiro (qualquer um) que você é brasileiro e que não gosta de futebol. A reação de espanto é a prova de que nós, como nação, fomos moldados também pelo esporte bretão.
ISTO BRASIL!!!!
Paz de Cristo a todos
Nenhum comentário:
Postar um comentário