Ontem, 28 de junho de 2014, vivemos mais um momento mágico que o esporte nos proporciona. A iminência do trinfo ou da derrota, o drama compartilhado entre os jogadores e o povo, o êxtase da vitória - tudo em duas horas de aventura.
Os meus filhos sempre estranharam o meu envolvimento com a Seleção Brasileira. Eles acham engraçado o nível de stress a que chego em jogos do Brasil durante a Copa do Mundo. Acho que ontem o Ian (o Hugo foi assistir o jogo com amigos em Sorocaba) sentiu um pouco deste sentimento que o futebol brasileiro provoca. Contra um Chile muito bem estruturado, com bons jogadores e focado na vitória sem abrir mão de jogar futebol, nossa seleção viveu momentos de extremos: uma bola na trave a 2 minutos do fim da prorrogação quase classifica o adversário; depois, nos pênaltis, fomos abençoados com a classificação às quartas de final.
Em 1974, assim que terminou a semifinal contra a Holanda, fiquei sentado na sala (tinha 7 anos) durante alguns minutos, sozinho. Não aguentei e chorei muito, culpando o Gérson ("porcaria de Gerson", era o que eu dizia), por eu ver o Brasil perder pela primeira vez. E por que o Gérson? Não sei a resposta. Sou são-paulino desde muito pequeno por causa de uma foto dele na Placar com o uniforme tricolor.
De 1974 pra cá, chorei muitas vezes. Sarriá (esta foi doída demais...), México em 86, o Tetra, o Vice, o Penta.... muitas emoções que vão se acumulando e solidificando ainda mais esta relação de amor pela Seleção.
Não sei qual será o destino do Brasil no jogo com a Colômbia. Eles também tem o direito de vencer e vai ser lindo acompanhar tudo isso. Mas esta Copa é a Copabacana pois está acontecendo tudo aquilo que um amante do futebol e do País gostaria: uma celebração linda e um evento que favorece a imagem do brasileiro como realizador. E os abusos e absurdos realizados durante a preparação da Copa devem ser cobrados pelo TCU, pelas autoridades e por nós, nas urnas. Cada coisa em seu lugar e no tempo certo.
Paz de Cristo a todos!
domingo, 29 de junho de 2014
domingo, 15 de junho de 2014
Hugo, 20 anos
16 de junho de 1994, véspera do início da Copa do Mundo: nosso filho mais velho, o irmão do Ian, o Hugo nasceu e apareceu. No final da manhã, a Rosana começou a ter a perda de líquido e o desconforto que anunciavam a vinda deste serzinho tão desejado. Eis um aspecto que determina a relação entre pais e filhos: o desejo, a intenção concreta dos pais de trazer uma nova vida ao mundo. Nos preparamos e nos amamos mais profundamente a partir do dia em que confirmamos que a Rosana estava grávida. Fui ao laboratório com a minha irmão Gilda e a Neli, amiga da família, na cidade de Miranda, pois trabalhávamos na Fundação Bradesco, entre Miranda e Corumbá. A Rosana tinha ficado em casa, acho que estava dando aula (acabei de ser lembrado que ela estava lá, sim...). Quando abri o resultado, vi que DEUS havia escrito, em nossas vidas: vocês valem a pena, tomem um anjo pra brilhar pra sempre nos seus corações. Todo dia, todo segundo que olhamos para o Hugo, vemos o quanto somos abençoados, o quanto vale a pena viver com dignidade, com fé e com a coragem necessária para se lançar nos braços do Cristo.
Durante a gravidez, descobrimos que o Hugo gostava muito de rúcula. A Rosana não engordou demais (foram mais ou menos 9 quilos), mas inchou bastante na reta final da gravidez. No dia em que o Hugo nasceu, ela diz que sentiu dor (mais para desconforto) até pouco antes de ir para a sala de parto. Depois, curtiu muito. Eu fiquei na sala todo o tempo, vi a cabeça do Hugo indo e vindo, ajudei a pressionar a barriga pra facilitar a saída dele, vi fazer o corte pouco antes do nascimento... e quando a médica falou que era última contração, a Rosana falou: "Ah, já vai terminar? Tá tão gostoso..."
Pois é, parece mentira, mas é o que aconteceu, né Terta??? Mas o que não pareceu verdade foram os 9 meses de choro e preocupação: o Hugo simplesmente não parava de chorar. Quem sabe o que era? O calor, os mosquitos, vai saber o que o incomodava? Fomos a médicos, padre, centro espírita (por indicação da médica...), enfim, lutamos como podíamos. Chegou ao ponto de querermos que ele tivesse algo, já que nada parecia motivar tanto choro. A Rosana emagreceu como nunca, não dormia, não descansava. Eu confesso que conseguia dormir e não fiquei tão cansado. O peso ficou todo pra ela. Minha mãe ajudou demais, mas realmente a Rosana aguentou o tranco pois parece que a MÃE sente em dobro o que o filho sente.
Daí, no dia 16 de março de 1995, quando fez 9 meses (exatamente), ele parou de chorar. Eu acho que foi o dia em que DEUS definiu que o Ian seria nosso segundo filho. O Hugo parou de chorar e se tornou um sonho ambulante (exagero de pai babão). Desde aquele dia, tem sido uma luz na nossa vida. Dá umas piscadas de vez em quando, mas estamos no mundo para aprender, né?
Todos os dias, levantamos, nos abraçamos, nos olhamos com o amor que é cultivado em cada cuidado, cada exagero, cada intenção. É um filho cuidadoso, amoroso, acolhedor. Uma inteligência ímpar, um talento para a criação que vai levá-lo longe. É um irmão maravilhoso: podem acreditar, o Ian e o Hugo são quase uma pessoa só (às vezes não parece...), mas é uma ligação que deixa a gente meio impressionado.
Acho que muitas histórias virão ainda durante este tempo em que as crônicas vão ser escritas. Hoje, é dia de agradecer a DEUS pela nossa família, pelo Hugo e por todo o futuro brilhante que está à frente. Mesmo com algumas nuvens escuras e incertezas (somos humanos e sujeitos aos perigos que este mundo doido traz), sentimos em nossos corações que nossas gerações futuras serão fortes e sólidas. O Hugo, nosso filho e irmão do Ian, neto da Dona Iraci e Santa, Seus Joões Simões e Lourenço está aí para isso.
Paz de Cristo a todos e PARABÉNS Hugo!!!!
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Dia dos Namorados, que viagem (dedicado, tal como a minha vida, à Rosana Célia Simões Lourenço)
Hoje é Dia dos Namorados - não adianta, ontem não foi - o dia certo é 12/06.
Nunca fui de comemorar datas e a Rosana, também não. Então, queria falar mais de "Namorados" do que de "Dia dos".
Quando encontramos uma pessoa que nos estimula da forma correta, rola uma paixão. Quanto mais imaturos, mais temos a tendência de achar que não viveremos sem esta pessoa. Se há sexo, então, minha nossa!
Só que o tempo se encarrega de acomodar os nossos hormônios. O bem estar químico que uma paixão desencadeia vai se tornando uma rotina e a pessoa "amada" não desperta tanta paixão (ou tantos hormônios injetados em nossa corrente sanguínea...). A paixão vai se dissolvendo e o cotidiano vai se encarregando de deixar o "anjo" ou o "benhê" mais humano e cheio de falhas.
Quando a sensação da paixão diminui e, mesmo assim, ainda queremos encontrar a pessoa "amada", o caminho para o amor está aberto e as aspas começam a se dissipar. Quando você consegue viver sem a outra pessoa mas escolhe viver com ela, o amor vem se estruturando. Quando você consegue ver a outra pessoa sem ilusões e em sua plenitude (ou pelo menos, ter esta sensação, até porque nós vamos mudando com o tempo), entendo seus defeitos e virtudes e ama o conjunto, aí a pessoa se torna amada, sem aspas e sem dúvidas quanto ao amor. A magia, então, está em mudar junto com o outro, evoluir junto, sentir junto, até que ambos se tornam uma pessoa só, sempre atentos para que esta união seja perene.
Então, eu olho pro amor da minha vida, a Rosana, e me vejo invadido pela sensação de amor pleno, sexo pleno, andar em sintonia pleno. Ela é a pessoa mais chata que eu conheço porque é a pessoa que eu mais conheço; sistemática, medrosa, corajosa, mãe perfeita, filha completa, nora amorosa, acolhedora e paciente (sem ilusões: é lógico que conviver é difícil, mas a Rosana ama e cuida da minha mãe de forma exemplar).
Acho que a gente comemora o "Namorados" todo dia (entre uma TPM e outra...); talvez nunca prestemos a devida atenção ao "Dia dos". Fazer o quê?
Paz de Cristo a todos!
Nunca fui de comemorar datas e a Rosana, também não. Então, queria falar mais de "Namorados" do que de "Dia dos".
Quando encontramos uma pessoa que nos estimula da forma correta, rola uma paixão. Quanto mais imaturos, mais temos a tendência de achar que não viveremos sem esta pessoa. Se há sexo, então, minha nossa!
Só que o tempo se encarrega de acomodar os nossos hormônios. O bem estar químico que uma paixão desencadeia vai se tornando uma rotina e a pessoa "amada" não desperta tanta paixão (ou tantos hormônios injetados em nossa corrente sanguínea...). A paixão vai se dissolvendo e o cotidiano vai se encarregando de deixar o "anjo" ou o "benhê" mais humano e cheio de falhas.
Quando a sensação da paixão diminui e, mesmo assim, ainda queremos encontrar a pessoa "amada", o caminho para o amor está aberto e as aspas começam a se dissipar. Quando você consegue viver sem a outra pessoa mas escolhe viver com ela, o amor vem se estruturando. Quando você consegue ver a outra pessoa sem ilusões e em sua plenitude (ou pelo menos, ter esta sensação, até porque nós vamos mudando com o tempo), entendo seus defeitos e virtudes e ama o conjunto, aí a pessoa se torna amada, sem aspas e sem dúvidas quanto ao amor. A magia, então, está em mudar junto com o outro, evoluir junto, sentir junto, até que ambos se tornam uma pessoa só, sempre atentos para que esta união seja perene.
Então, eu olho pro amor da minha vida, a Rosana, e me vejo invadido pela sensação de amor pleno, sexo pleno, andar em sintonia pleno. Ela é a pessoa mais chata que eu conheço porque é a pessoa que eu mais conheço; sistemática, medrosa, corajosa, mãe perfeita, filha completa, nora amorosa, acolhedora e paciente (sem ilusões: é lógico que conviver é difícil, mas a Rosana ama e cuida da minha mãe de forma exemplar).
Acho que a gente comemora o "Namorados" todo dia (entre uma TPM e outra...); talvez nunca prestemos a devida atenção ao "Dia dos". Fazer o quê?
Paz de Cristo a todos!
ISTO BRASIL!!!
Bom, hoje é o dia de estréia do Brasil como anfitrião do mundo todo, pois é sede da sede de ganhar uma Copa do Mundo. Até algum tempo atrás, eu não estava empolgado com o evento em si, posto que a crítica a todo este sistema político e social que foi e é construído por nós mesmos como cidadãos acaba servindo como antídoto para exageros.
Mas passei no Itaquerão a cerca de 40 dias atrás para dar uma olhada e fui tomado pela consciência de que é vivemos um momento particularmente marcante. Não importa o que acontecer enquanto resultado esportivo, será histórico e tão eterno quanto um fato esportivo possa ser eterno. Obviamente não entrei nas dependências do estádio mas entrever o gramado, as arquibancadas, o ambiente todo foi revelador: estamos diante da História - é como se estivéssemos assistindo ao comício das Diretas Já no Vale do Anahnagabaú ou a queda do Muro de Berlim. Se o Brasil ganhar, a redenção de 50, a ascenção de Neymar ao nível de Maradona ou Messi e novo período de ouro para a Seleção Brasileira; se o Brasil perder, alguém será o novo Uruguai (talvez o Uruguai de novo, tomara), Neymar vai ter que esperar 4 anos para nova oportunidade e novo período de reconstrução para a Seleção Brasileira.
Por mais que a gente entenda conscientemente que o futebol é apenas esporte (lógico que não é só esporte), que o Brasil não é a Seleção (lógico que é - na minha opinião, a camisa da Seleção deveria ser colocada ao lado do Hino, do Brasão e da Bandeira como símbolo nacional) e que nossa vida não vai mudar em nada se o Brasil não for campeão (lógico que vai - você vai assistir um filme torcendo pro bandido?), é literalmente impossível ficar alheio ao que se passará nos campos e cidades do Brasil de hoje, 12/06 até 13/07. E aí...
E aí eu me lembro do meu pai, Seu João Lourenço e seu patriotismo brega (que eu tenho exatamente igual). "ISTO BRASIL" (fale sem terminar Brasil em "u", mas com a língua no céu da boca) era a frase padrão do pai nos gols, viradas e shows que as seleções dos anos 70 e 80 nos proporcionaram. Nas derrotas, a cara murcha e o seu caminhar em direção à sala de gesso para fazer ataduras gessadas: minha impressão é que em todas as Copas que o Brasil não ganhou meu pai ia, depois do jogo fatídico, fazer ataduras gessadas. Eu e o meu irmão Beto sempre usamos o ISTO BRASIL nas nossas conversas sobre a Seleção Brasileira. Tenho certeza que todo mundo tem referências pessoais em relação às Copas do Mundo e o Brasil. Por isso, quem é brasileiro, gostando ou não de futebol, é definido em sua nacionalidade pelo futebol, assim como o samba, bossa nova e carnaval. Fale para um estrangeiro (qualquer um) que você é brasileiro e que não gosta de futebol. A reação de espanto é a prova de que nós, como nação, fomos moldados também pelo esporte bretão.
ISTO BRASIL!!!!
Paz de Cristo a todos
Mas passei no Itaquerão a cerca de 40 dias atrás para dar uma olhada e fui tomado pela consciência de que é vivemos um momento particularmente marcante. Não importa o que acontecer enquanto resultado esportivo, será histórico e tão eterno quanto um fato esportivo possa ser eterno. Obviamente não entrei nas dependências do estádio mas entrever o gramado, as arquibancadas, o ambiente todo foi revelador: estamos diante da História - é como se estivéssemos assistindo ao comício das Diretas Já no Vale do Anahnagabaú ou a queda do Muro de Berlim. Se o Brasil ganhar, a redenção de 50, a ascenção de Neymar ao nível de Maradona ou Messi e novo período de ouro para a Seleção Brasileira; se o Brasil perder, alguém será o novo Uruguai (talvez o Uruguai de novo, tomara), Neymar vai ter que esperar 4 anos para nova oportunidade e novo período de reconstrução para a Seleção Brasileira.
Por mais que a gente entenda conscientemente que o futebol é apenas esporte (lógico que não é só esporte), que o Brasil não é a Seleção (lógico que é - na minha opinião, a camisa da Seleção deveria ser colocada ao lado do Hino, do Brasão e da Bandeira como símbolo nacional) e que nossa vida não vai mudar em nada se o Brasil não for campeão (lógico que vai - você vai assistir um filme torcendo pro bandido?), é literalmente impossível ficar alheio ao que se passará nos campos e cidades do Brasil de hoje, 12/06 até 13/07. E aí...
E aí eu me lembro do meu pai, Seu João Lourenço e seu patriotismo brega (que eu tenho exatamente igual). "ISTO BRASIL" (fale sem terminar Brasil em "u", mas com a língua no céu da boca) era a frase padrão do pai nos gols, viradas e shows que as seleções dos anos 70 e 80 nos proporcionaram. Nas derrotas, a cara murcha e o seu caminhar em direção à sala de gesso para fazer ataduras gessadas: minha impressão é que em todas as Copas que o Brasil não ganhou meu pai ia, depois do jogo fatídico, fazer ataduras gessadas. Eu e o meu irmão Beto sempre usamos o ISTO BRASIL nas nossas conversas sobre a Seleção Brasileira. Tenho certeza que todo mundo tem referências pessoais em relação às Copas do Mundo e o Brasil. Por isso, quem é brasileiro, gostando ou não de futebol, é definido em sua nacionalidade pelo futebol, assim como o samba, bossa nova e carnaval. Fale para um estrangeiro (qualquer um) que você é brasileiro e que não gosta de futebol. A reação de espanto é a prova de que nós, como nação, fomos moldados também pelo esporte bretão.
ISTO BRASIL!!!!
Paz de Cristo a todos
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