quinta-feira, 28 de agosto de 2014

De 91 a 93 - Valmirzinho e o futsal

No período de 91 a 93 (na verdade, começou no final de 90), trabalhei com futsal no Instituto Universo de Campo Grande. No segundo semestre de 90, comecei a trabalhar lá. Fui convidado pela proprietária Maria Elisa (o sobrenome eu não me lembro, mas era de família importante...rs) por indicação de alguém da área, mas também não vou me lembrar agora....

Meu esporte de origem é o voleibol. Como tive o desafio de começar a dar iniciação de futsal no SESC, fui tendo contato com o futsal. Me recordo bem que fui procurar o Rui Antonio de Lima, colega de turma e especialista em futsal. Ele me recebeu com muito carinho e deu dicas importantes. Confesso que se eu fosse mais maduro e humilde, teria ido mais vezes até ele, acompanhado treinos, visto jogos... como somos bobos, às vezes.

De qualquer forma, o início dos treinos no Universo deu certo. As turmas cresceram e houve ótima adesão. Assim, no final do ano, a escola resolveu investir e trazer mais uma pessoa para trabalhar com a modalidade. O voleibol da escola era muito forte e quem comandava era o Hudson, ainda um estudante da UFMS, de Aquidauana. Ele e o Melão - que eu não lembro o nome, infelizmente - tocavam o volei e recomendaram o Valmir, que eu conhecia da Federal. A partir de 91, o Valmir veio trabalhar comigo.

E aí nossa família ganhou um grande amigo. Em pouco tempo, Valmirzinho estava sempre em casa, alegrando o ambiente e fazendo todo mundo se sentir mais feliz... nossa parceria foi maravilhosa, pois ele entendia muito de futsal e eu conseguia articular as necessidades administrativas, com a Federação e com a escola... excelente. Cada um ficava com determinadas categorias e dávamos os treinos juntos. Tivemos momentos inesquecíveis, e o mais marcante foi quando ganhamos a seletiva para o estadual de 92 com o pré-mirim (uma virada histórica em cima da Escolinha do Pelezinho, o bicho papão da época) e fomos terceiro do estado em seguida. Jogávamos com os garotos da Mace, ASE, Dom Bosco, Oswaldo Cruz, Perpétuo Socorro, Escolinha do Pelezinho, Círculo Militar, Corumbaense... era bem movimentado o futsal na época.

Uma vez, saímos de um jogo, já tarde da noite. Tínhamos ido no carro dele, um SP2. A partir de um determinado momento, percebemos que um helicóptero estava passando perto da gente. Depois de alguns minutos, deu pra saber que ele nos seguia. Começamos a ficar preocupados, pois helicópteros eram coisa da polícia apenas, na época. Olhávamos para cima e nada da nave, apenas o som ensurdecedor das hélices prestes a nos cortar a cabeça... quase em pânico, decidimos parar o carro e correr (ou algo do gênero). Quando o Valmir parou o carro... que vergonha! Era o pneu que havia estourado e estávamos com o helicóptero nos ouvidos.... rimos muito e até hoje eu não sei como o Valmir não percebeu que a roda estava tocando o chão...

Trabalhar com iniciação precoce foi uma situação que, à época, era tida como normal para mim. Certamente, o tempo foi se encarregando de mostrar as evidências de que este tipo de trabalho traz mais malefícios do que benefícios e que o esporte deve ter um outro tratamento com crianças. Evoluímos.

O que de mais bonito ficou desta experiência foi a amizade que se estabeleceu com o Valmir e o amadurecimento profissional que trouxe. Um amigo importante na nossa história e que vai aparecer mais algumas vezes por aqui...

Paz de Cristo a todos!

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