Então, continuando o registro de 91 a 93, lembro bem que foi um período onde algumas coisas foram determinantes para o nosso futuro.
Por exemplo: fui convidado pela Neli, amiga da família, a fazer uma oficina de teatro do grupo espírita Arte Boa Nova, do Nelson, Alex e Marta (todos se tornaram grandes amigos). Neste grupo de teatro também já atuava (e ainda atua) o Valmir Menezes, que trabalhava comigo no Universo, com futsal. A Rosana também fez, se não me engano. A partir desta oficina, o teatro voltou à minha vida com toda a força (na escola, fiz algumas coisas). O Boa Nova me deu algumas experiências decisivas. No teatro, encontrei algo que não havia sentido no esporte: reconhecimento. Apesar da paixão, eu iria demorar muitos anos até sentir na profissão o que senti no teatro: o olhar de aprovação e respeito pelo talento que eu tinha sem a competitividade que exclui e vê o outro como alguém a ser eliminado. Sinceramente, não acho que eu tenha um talento absurdo no teatro; mas é uma atividade com que me identifico e tenho facilidade em desempenhar com boa qualidade. Assim, durante o meu envolvimento com o teatro no Boa Nova, a camaradagem, o companheirismo, o respeito, os ensaios intermináveis, os resultados junto ao público e todo o clima profissional que os 3 mosqueteiros do Boa Nova (Alex, Nelsinho e Marta) colocavam nas atividades e peças me deram condições de amadurecer e me sentir capaz de olhar para algo e dizer: "Isso eu faço bem; não necessariamente melhor que todo mundo, mas posso me sentir seguro que o que farei terá um bom nível".
Obviamente, este amadurecimento de minha parte também impactou no casamento. A Rosana demonstrou uma característica que sempre a acompanhou: acreditar em mim e estar junto nos desafios. Sempre me encorajou a participar dos ensaios (até ia em algunas - quem já fez teatro em algum nível sabe que ensaio é que nem treino; tem que gostar muito pra fazer porque envolve repetição e paciência) e sempre me deu o mais amoroso dos olhares antes, durante e após as apresentações.Sempre demonstrou orgulho e sentiu as vitórias deste tempo como dela também, até porque realmente eram dela também: já naquele tempo, eu não seria nada sem ela.
O Arte Boa Nova também nos proporcionou uma possibilidade decisiva: foi com o grupo que conheci a Fundação Bradesco (FB). A Diretora da FB era a Dnª Eli, mãe do Jean que também é professor de Educação Física. Eu o conhecia bem por conta de sermos contemporâneos da UFMS - é da mesma turma do Haroldo e do Adilson. Dnª Eli é espírita e convidou o Boa Nova a ir à FB para fazer uma apresentação de uma peça que eu não lembro o nome agora (sei que eu fazia Moisés... acho que o nome era "Evolução").
Neste dia, acho que em 92, conheci a FB e no primeiro dia que estávamos lá eu pensei: "Será que é boa ideia virmos trabalhar aqui?". Bom, esta parte é pra depois...
Paz de Cristo a todos!!
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