domingo, 4 de maio de 2014

Casamento, que viagem! - Ano 1

Nos casamos em dezembro de 1989. 1990, portanto, foi o ano 1 dessa caminhada.

Nos casamos muito apaixonados e vivíamos uma lua de mel diária. Fomos morar na casa de meus pais. Primeiro, no meu quarto enquanto o meu irmão e minha cunhada terminavam de preparar o apartamento (foram morar na Rua Palomar, na Vila Alba), depois fomos para os dois cômodos no fundo de casa. Nestes dois quartos funcionou, de 1973 a 1987, nossa fábrica de ataduras gessadas. Nos deu muito dinheiro, já que apenas nós fazíamos este material no estado: pena que bom senso e  sabedoria só se ganha com o tempo. Em casa, não tínhamos ideia que ganhávamos muito dinheiro; provavelmente, se soubéssemos seríamos muito piores do que somos. De qualquer forma, quando eu e Rosana nos conhecemos já não havia fábrica de ataduras e nem dinheiro sobrando...rs

Na época, ter casa própria era um sonho muito, muito, muito distante. Financiamento de casa era uma aventura perigosíssima, economia maluca, inflação absurda e escolhemos juntar as forças para vivermos nossos sonhos, incluindo a casa (conquistada alguns anos depois). Mas não dava para comprar casa e depois casar. No primeiro ano, os dois trabalhavam no SESC. Além disso, eu assumi um concurso no estado, que foi um desastre: não consegui ficar 6 meses na escola (não me lembro do nome, era para  lado da Coca-Cola, saída para São Paulo).

Em 90, tivemos que aguentar o Lazaroni e sua conversinha mole. No dia do jogo com a Argentina, eu estava trabalhando no SESC até próximo da hora do jogo. Deu o meu horário e eu corri para casa. Sinceramente, o único sentimento daquela Copa foi de raiva por não honrarem o futebol brasileiro e sua trajetória. Para mim, a seleção brasileira e sua camisa estão no mesmo patamar da bandeira, do brasão e do hino. A identidade brasileira foi lapidada pelas seleções brasileiras, seus fracassos e seus sucessos. Assim como a igreja e os padres, quando um jogador ou técnico não honra esta tradição não misturo a seleção com a falta de compromisso do homem (relação igreja e padre no mesmo nível). Então, ver a forma como a seleção foi tratada em 90 foi muito ruim.

Em dezembro, fomos para Vitória, ES, comemorar nosso primeiro ano de casamento com nossos queridos amigos do SESC (Jorge, Cristina, Hudson). Foi a primeira vez que eu andei de avião. Na praia, comemos uma porção de camarão rosa absolutamente enorme e eu comi abacaxi depois de uns 15 anos.


Foi lá que eu descobri, pela primeira vez, que existia lugar no mundo em que não se comia churrasco com mandioca - teve gente que achou que estávamos de sacanagem.. foi engraçado. O primeiro ano terminou como começou: divertidíssimo.

Paz de Cristo a todos!!!

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