domingo, 27 de abril de 2014

Casamento, que viagem - uma Morena na nossa vida.

Ontem, 26 de abril, foi aniversário do meu irmão Gilberto. Fomos até Salto, que fica a uns 80 km de Tatuí, para poder abraçar ele, a Denise, os cachorros e o coelho.

Bom, em determinada altura do campeonato, o Beto nos chamou para mostrar alguns vídeos da 9ª Cia de Guardas, onde servimos. Ele como Tenente Médico entre os anos de 1993 e 1997, acho; eu, como soldado raso mesmo, entre jun.86 e mai.87. Rimos bastante e começamos a ver imagens da Cidade Morena, Campo Grande, capital do MATO GROSSO DO SUL - faço questão das maiúsculas. Quem não entendeu, não adianta explicar...rs

Para quem nasceu em ou adotou (caso da Rosana) Campo Grande como sua cidade é sempre nostálgico lembrar, relembrar ou falar sobre esta cidade que cresceu e cresce em ritmo de uma guarânia alucinada. Estamos fora de Campo Grande desde 2001, quando viemos para Salto, em São Paulo. Tínhamos morado na Fundação Bradesco de 93 a 99, ficamos em 2000 em Campo Grande. Assim, estamos a muito tempo fora de nossa cidade do coração. Acompanhar de longe seu progresso é uma satisfação, apesar dos Pedrossian Darth Vader, Zeca do PTifaria ou Bernal, o bossal. Mas vou falar com mais detalhes da Morena que vale a pena perto do 26 de agosto, aniversário da capital.

Quero registrar aqui o problema que é toda a vez que vamos à Campo Grande, encontramos nossos queridos amigos de lá, falamos da cidade ou vemos imagens. A Rosana entra em um estado de tristeza que dá dó... é bem verdade que tem melhorado com o tempo, mas ainda tem um efeito colateral. A verdade é que, por ela, nunca teríamos saído da cidade. Em 1993, quando surgiu a oportunidade da Fundação Bradesco, fomos para lá por conta da casa própria, principalmente. Eram tempos em que pensávamos com a perspectiva de inflação altíssima: comprar algo via financiamento era uma loucura total. Quando voltamos, em 2000, eu já estava convencido que minha carreira tinha que se voltar para a administração esportiva. Tentei, por um ano, buscar opções de trabalho na área e não tive a paciência para esperar. Com a Rosana, tudo certo: estava dando aula em uma escola estadual próxima da casa que tínhamos comprado, estava se readaptando à rotina da cidade. Em 2001, a convenci de vir para São Paulo e saímos de lá para não voltar até agora, pelo menos.

A Rosana é apaixonada pelo MS, por Campo Grande e por tudo que vivemos por lá. Quem sabe um dia não voltamos para andar nas ruas largas e nas praças bem cuidadas, correr nos parques e tomar tereré no por de sol mais bonito do universo, conversando com os amigos, curtindo a vida e olhando o tempo passar devagar? Pode ser que isso aconteça, mas não será agora - eu acho....

Paz de Cristo a todos!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Beto e Denise

Meu irmão Beto é 8 anos mais velho do que eu. Sempre foi minha referência e sempre será. É casado com a Denise desde 1988.

Estivemos juntos neste domingo (20) em um encontro com nossos queridos amigos de Campo Grande e Tatuí. As histórias são muitas, mas quero destacar um pequeno exemplo de como são importantes para a nossa história.

Quando fomos de Campo Grande para Salto, onde moramos em 2001, o Beto e a Denise nos receberam em sua casa. Ficamos lá por 3 semanas, acho. O primeiro ano em São Paulo foi de um aprendizado incrível. Serviu para que eu entendesse que potencial não é nada sem realização. Também foi um tempo importante para que eu pudesse desenvolver humildade e paciência, duas virtudes de difícil desenvolvimento para mim (até hoje). A Rosana conseguiu trabalhos na área muito rapidamente. Eu, focado em trabalhar com administração do esporte, penei por meses até conseguir me firmar (conto estas histórias com mais detalhes depois).



Nestes tempos difíceis, por muitos meses, meu irmão levava a cesta básica para a gente. Foi de uma ajuda imensa neste aspecto e muitos outros. Mas quero destacar a generosidade da minha cunhada Denise. Ela é pedagoga e tem uma escola. No ano em que estávamos em Salto, abriu uma sala de 1º ano. Desconfio que foi só para que o Hugo pudesse estudar em uma escola melhor. Foi um ano inteiro com uma professora praticamente particular, já que a sala era inciante e tinha 4 alunos, salvo engano. O Ian não queria ir para a escola e achamos importante que ele ficasse em casa.

Deram festa de aniversário para os dois neste ano em que ficamos lá, nos apoiaram e, sem eles, não seria possível termos ficado em São Paulo. Aproveito para agradecer as coisas maravilhosas que fizeram e fazem por nós. São e serão fundamentais para sermos uma família.

Paz de Cristo a todos!!!


Quem tem um amigo, descobriu um tesouro

"Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade da sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor achará esse amigo. Quem teme o Senhor terá também uma excelente amizade, pois o seu amigo lhe será semelhante". (Eclo 6,14ss)


Bom, a Bíblia é um guia muito confiável se estivermos abertos a deixar a energia divina fluir por e para nós. Existem tantas passagens inteligentes e atuais que é difícil imaginar que possa ser apenas um artífice para manipular multidões. A passagem acima é um exemplo de sabedoria e boa prática no nosso cotidiano.

Recebemos em nossa casa apenas as pessoas que entendemos serem nossas amigas. Obviamente, podemos ter o prazer de receber quem estamos conhecendo ou amigos de amigos. Mas preparar a mesa, o coração e o ambiente, ah isso é só pra quem a gente ama. Não acho que seja uma máxima para qualquer família, é apenas o nosso jeito de ver a vida.

Pois bem, nesta semana santa recebemos o Adilson, a Leize e o Haroldo, de Campo Grande. A Leize é esposa do Adilson e, apesar de serem casados desde 1999 e de termos nos encontrado uma vez ou outra, pudemos ter o prazer de estreitar esta amizade agora. O Adilson e o Haroldo são amigos de longa data.

Eu conheço o Adilson desde a época do colégio, por volta de 78, acho. Mas ficamos amigos no antigo CNEC, a partir de 1982 quando fomos fazer o 2º científico junto com o preparatório para o vestibular. No início de 1984 entrei na Federal e o Adilson continuou a fazer cursinho, entrando no curso de Educação Física no início de 1986. Em junho do mesmo ano fui para o quartel. Voltei em agosto de 1987. Eu e ele nos formamos no mesmo ano, 1988. Tem muita história nestas idas e vindas. Blitz, voleibol, namoradas, Legião Urbana, carnavais, madrugadas intermináveis de conversas e risadas, esperanças compartilhadas, um jogo Flamengo e Operário em 1983 inesquecível (depois eu conto), reclamações das famílias, brigas, Queen, aniversários, brincadeiras (ou bailes na casa de alguém), Julio Takeshi (um amigo já falecido que formava o trio)... enfim, muita coisa vivida que fundamentou uma relação de confiança e parceria que sempre está intacta (mesmo que fiquemos anos sem nos vermos). No nosso casamento, duas pessoas choraram: meu Tio Almerindo e o Adilson. É uma honra ver os olhos dos meus filhos brilharem ao perceberem uma amizade verdadeira que foi construída com uma honestidade inegociável.






O Haroldo é uma daquelas pessoas que são indispensáveis pro mundo ser um lugar habitável. Eu o conheci na faculdade, mas nos tornamos amigos quando eu, ele e a Rosana fomos trabalhar na Fundação Bradesco, um internato com mil alunos no Pantanal, a partir de 1993. No dia do nascimento do Hugo, estávamos juntos quando a Rosana percebeu que o parto estava próximo. Foi uma pessoa muito importante no primeiro ano de vida do Hugo, quando nos nove primeiros meses ele só chorava. O Haroldo nos apoiou e deu muita força. Quando o Ian nasceu, ele já não trabalhava na Fundação, mas sempre esteve próximo de nós. Fonte inesgotável de palhaçadas, carinho, atenção e uma energia positiva que só Deus pode explicar. Os meninos adoram o Tio Haroldo e seu nome está sempre sendo citado em nossa casa. Às vezes pelas razões erradas....rs

Neste domingo, reunimos estes queridos amigos ao nossos queridos amigos de Tatuí (Danilo, Silmara, Douglas, Lia) e meu irmão Beto e a minha cunhada Denise, além da minha mãe. Foi muito legal ver, em um mesmo espaço e tempo, pessoas de fases diferentes de nossas vidas. Uma oportunidade de agradecer a Deus estas bençãos colocadas em nossas vidas para nos oferecer suporte e conforto, energia e apoio. Nossa família agradece a estes anjos em forma de amigos por todo o apoio oferecido.

Paz de Cristo a todos!

domingo, 6 de abril de 2014

Filhos - reflexões

Pessoal, boa vida para todos. Como não sei que horas são estas em que você está lendo, não me comprometo com um "bom dia" ou "boa tarde" ou "boa noite". Incerto e maravilhoso não-saber o que vai ser é que me motiva a simplesmente ser genérico e específico ao desejar uma boa via (e não vida boa, no mal sentido) a você que está se juntando agora às duas outras pessoas que leem nossas crônicas.

E o "não saber o que vai ser" nos acompanha de maneira definitiva durante nossa jornada na terra. Quando somos adolescentes, achamos que viveremos pra sempre e que nada de mal nos acontecerá. Tem que gente que, depois de adulto, vive como se fosse morrer daqui a dois segundos e que tudo de mal irá acontecer com ela. Fico em outro grupo, o de que realmente viveremos para sempre e que podemos morrer daqui a dois segundos segundo a carne (no meu caso, tem mais carne do que deveria....). O que nos acontece não é mal ou bom, pensando na essência das coisas. As coisas simplesmente são e o significado que tem muda de acordo com o tempo. Normalmente, a maioria das coisas não são tão boas ou ruins assim.

Duas coisas que jamais deixarão de ser boas são os nascimentos do Hugo e do Ian. Hoje (06/04/2014), eles tem 19-quase vinte e 17, respectivamente. O amor que ambos tem por mim e pela Rosana é um fato que sentimos todo dia.

No entanto, vivemos um período de indefinições (carreira, escola, religião, responsabilidades, etc.) em que as idades indicam a natural dificuldade existencial para os filhos e para os pais. A fé que tenho no futuro não é suficiente para que eu não me preocupe pois não quero ser omisso; a preocupação que tenho com o futuro não é suficiente para que eu seja ingrato com DEUS e duvide das maravilhas que Ele reservou aos meninos. No entanto, todos temos momentos em que as dúvidas e reflexões vem com mais força.

Hoje eu olho para ambos e sinto que eu poderia ter sido um melhor exemplo para os dois (a Rosana diz que não concorda...). Faço questão de escrever isto para não deixar dúvida que os textos aqui não são "chapa branca", apenas uma forma de ficar jogando confetes. Espero que sirvam, também, para ajudar aos que os lêem na análise do que fazem como pais, filhos, irmãos, maridos e esposas.

Eu, talvez, tivesse que ter sido um pai um pouco mais "herói", um pouco mais "helênico" (a Rosana está dizendo que não acha...). Sempre tive muito medo de que os meninos crescessem achando que eu era perfeito (continuo com este cuidado sempre, com todos os que me cercam). Acho que isto fez com que eles se sintam sem uma referência forte de futuro, não sinto que querem ser iguais a mim. Por um lado é bom, acho que proporciona mais liberdade e menos ilusões; por outro é ruim porque sem referência, ficamos mais perdidos. Isto é natural neste período da vida e viver isto como pai é um desafio diário de fé em DEUS e nos meninos.

Mas acredito que o que sofremos agora se traduzirá em grandes benefícios no futuro. Pois entendo que poderão olhar para o futuro sem uma sensação de que o mundo é um lugar em que "só os fortes sobrevivem", em que o "number one" é o que interessa. A falta de um "ídolo" hoje vai fazer, tenho fé, que se voltem um dia para o modelo de homem que virão em suas vidas: poderão se sentir confortáveis em perceber que não precisarão ser super-homens.

A paz de Cristo a todos.