terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Centro Educacional Lúcia Martins Coelho

Centro Educacional de Primeiro e Segundo Grau Lucia Martins Coelho.

Estudei no Centro (é como o chamávamos) de 1973 a 1979. Enorme, com uma equipe de profissionais de primeira linha, uma referência no ensino e no esporte. Professores como o Américo (artes), Wilson (matemática – responsável por um trauma enorme que me mostrou como eu era frágil), Alfredo (educação física para os meninos), Guaraciaba (minha professora da 4ª série) entre outros. Um exemplo de como a educação pública era mais eficiente à época, como em todo o país.

Lembro de algumas figuras com quem convivi. Deixem-me compartilhar com vocês:

- Adriana Pacheco e Adriana não me lembro o sobrenome agora: duas amigas inseparáveis. Uma grandona, outra pequena. A pequena foi a minha primeira paixão platônica, uma graça de menina, branquinha e muito divertida. A dupla era ótima;

- Jadir: um japonês muito simpático e inteligente. Acho que fez odontologia. Eu, secretamente, disputava as melhores notas com ele até a 7ª série. Lembro de vê-lo jogando vôlei pelo Nipo-brasileiro, com aquele estilo defesa-ataque rápido de time japonês. Uma pessoa de quem tenho ótimas lembranças;

- Márcia Maiume: a japonesa mais linda que minha memória registra. Outra paixão platônica e que eu, secretamente, disputei com o Jadir. Nos meus sonhos, sempre levei a melhor, lógico;

- Armando: um baixinho moreno, gente boa demais e que tem um irmão super bacana (não me lembro o nome). Este foi um dos grande amigos que tive no Centro;

- Mauro: louro e narigudo, morava na esquina do Centro (esquina oposta à casa do Lúdio Marins Coelho, onde tinha um caracol gigante e outros animais) e irmão de um judoca super talentoso a quem, inadvertidamente, brinquei de derrubar quando era um gurizinho faixa branca. Ao Mauro, devo desculpas por não ter valorizado a amizade que me ofereceu, principalmente na 7ª série. Em 1979, eu estava em grandes dificuldades acadêmicas. Sempre tive notas boas e, naquele ano, entrei em dificuldades. O Mauro insistiu para que eu saísse da 7ª A e fosse para a sala dele, a 7ª C, onde a professora de matemática era uma japonesinha muito bacana. Não troquei, o que acabou sendo decisivo para minha caminhada, ou seja, não me arrependo. Mas sempre tive a sensação de não ter valorizado esta amizade;

- Julio Takeshi: falecido há alguns anos por problemas cardíacos. Este se tornou um grande companheiro anos mais tarde, no cursinho. Da época do Centro, eu lembro de uma dublagem que ele, o Éder e outros garotos fizeram do grupo “Joelho de Porco” (...agora vou cheirar rapé, esta poeira não está dando pé...) para uma aula de educação artística. Tem uma passagem no teatro também que relato abaixo;

- Maura: uma garota ruiva, alta e bonita, que fez minha mãe em uma peça de teatro (O Filho Pródigo) e o Júlio era o pai. Foi muito engraçado, porque eu brincava com o Júlio: “Pai, você tem certeza que não tem nada errado? Mamãe ruiva, você japonês e eu moreninho...”. Daí, eu caía na risada. Acho que foi a primeira garota que se interessou por mim...

- Adilson Tebaldi: que cito aqui pois lembro dele por pertencer a uma turma à frente. Depois nos encontramos no CNEC, em 1983, e ele se tornou um irmão pra sempre;

- Ítalo: não fomos amigos. Ele era uma espécie de mito esportivo no Centro, sempre participando das equipes de vôlei, basquete e handebol. Lembro que fui assistir um jogo no ginásio da UCE (União Campograndense de Estudantes) e o Ítalo fez uma cesta caído no chão. Ele estava deitado embaixo do aro e arremessou: dois pontos pro Centro...

- Pedro Pedrossian Filho: obviamente, o nome indica a origem. Filho de um político das antigas e, diziam na época, responsável indireto pela excelência do ensino no Centro. Lembro que sempre tratou a todos com muita educação e cortesia. Fui na casa dele uma vez, que ficava na Mato Grosso, e fiquei impressionado com a beleza da construção, que parecia aqueles palácios mexicanos de filme do Zorro;

- Nei: esta figura é do primário. Seu pai trabalhava no IBC (Instituto Brasileiro do Café), que ficava em uma rua paralela à José Antonio. Ficou na memória pois foi com ele a primeira e única briga que tive: estávamos na 3ª série e machuquei a mão dele com meu focinho! Assim que a briga terminou, ficamos amigos e acho que ele ficou no Centro até a 5ª série.

Nossas lembranças e saudades, invariavelmente, estão sempre ligadas às pessoas que conhecemos. Os locais e situações são “escadas” para que alcancemos os seres humanos com os quais compartilhamos nossas experiências. Agradeço a todas as pessoas que fizeram parte da história do Centro Educacional e que, de alguma forma, fizeram com que esta fosse uma escola de destaque em Campo Grande durante os anos 70, principalmente.

A Paz de Cristo a todos e até a próxima! 

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