25 anos não garantem 25 horas de
casamento, posso garantir... eu e a Rosana estamos neste barco há tempo
suficiente para entendermos que o presente deve ser vivido, o passado deve ser
comemorado e o futuro, construído. Penso que as festas de casamento superproduzidas
comemoram o presente e o futuro; depois, a maioria das pessoas passa muito
tempo tentando reconstruir o passado.. enfim, uma loucura!
Acho que o nosso casamento vem
dando certo até agora porque, desde o início e meio na intuição, tivemos uma
grande sacada: nunca dormimos brigados. Muitas e muitas vezes dormimos muito
bravos um com o outro, mas depois de termos falado sobre o atrito e esgotado os
argumentos. Enfim, é muito trabalho e dedicação, assim como criar filhos.
Na nossa festa de casamento, que
só aconteceu porque a Tia Áurea fez
questão de oferecer um jantar na casa dela e do Tio Miro, firmamos um compromisso
que não tinha muitas chances de dar certo: eu tinha 22 anos, a Rosana 24, fomos
morar nos fundos da casa de meus pais (mas ficamos 3 meses morando no meu
antigo quarto pois o Beto e a Denise ainda ocupavam o local)... olha, muita
aventura e pouco bom senso... porém, ambos tínhamos como nos sustentar e
tínhamos o mesmo compromisso que temos hoje: ser felizes, de verdade.
Destaque para ela, a samanbaia: esta planta saiu mais vezes no album que eu....
O casamento, em si, não tem muita
lógica: você sai do conforto da sua individualidade para se lançar na
construção de uma nova pessoa, formada por outras duas que precisam se manter
como indivíduos em algumas áreas da vida para poder preservar a parceria.
Quando temos filhos (se não é para ter filhos, para que casar?), nos voltamos
para outra(s) pessoa(s) - o homem tentando fazer de conta que não precisa de
sexo e a mulher tentando fazer de conta que precisa – se conseguir se lembrar
disso! Essa(s) pessoinha(s), desde o início e em pouco tempo, tem que ser
treinada para viver individualmente, mas lembrando-se dos pais que começam a
ficar manhosos como crianças. Muito simples...
Graças a Deus, a lógica não
importou muito. Em 16 de dezembro de 1989 casamos e estamos nos suportando (no
sentido de dar suporte) até a presente data. Sexo, amor, comprometimento,
parceria, fidelidade, bom humor, filhos, detalhes, carinho, um orçamento só,
tudo junto e misturado em uma constante busca pelo equilíbrio e desequilíbrio
pois é assim que andamos: um pé à frente do outro, em um constante desequilíbrio que nos projeta para
frente. Um aspecto muito bacana: nunca nos entregamos à clássica disputa de
egos e de poder. Sempre que um vai andando nessa direção (quem manda mais), o outro puxa a corda
e alinha o rumo.
Quando eu olho para trás, vejo nossa trajetória, olha a
Rosana e os meninos.... tudo faz muito sentido, todo o esforço e dedicação a um
projeto em parceira se traduzem em uma família absolutamente comum e, exatamente
por isso, uma família da qual me orgulho. Me sentiria muito esquisito em ter
sido sortudo ou agraciado em meio aos demais seres humanos que me rodeiam. Por
saber de minhas limitações e das limitações da mulher da minha vida, afirmo que
um casamento é resultado da vontade de duas pessoas em serem felizes, de serem
plenas, de serem reais.
Os detalhes eu conto mais tarde....
A Paz de Cristo a todos e até a próxima!
Exatamente no dia 16/12/89 fez um calor daqueles. O Gil estava suando como se estvesse em uma sauna. E pra variar o padre não acabava o sermão ...
ResponderExcluir