No período de 91 a 93 (na verdade, começou no final de 90), trabalhei com futsal no Instituto Universo de Campo Grande. No segundo semestre de 90, comecei a trabalhar lá. Fui convidado pela proprietária Maria Elisa (o sobrenome eu não me lembro, mas era de família importante...rs) por indicação de alguém da área, mas também não vou me lembrar agora....
Meu esporte de origem é o voleibol. Como tive o desafio de começar a dar iniciação de futsal no SESC, fui tendo contato com o futsal. Me recordo bem que fui procurar o Rui Antonio de Lima, colega de turma e especialista em futsal. Ele me recebeu com muito carinho e deu dicas importantes. Confesso que se eu fosse mais maduro e humilde, teria ido mais vezes até ele, acompanhado treinos, visto jogos... como somos bobos, às vezes.
De qualquer forma, o início dos treinos no Universo deu certo. As turmas cresceram e houve ótima adesão. Assim, no final do ano, a escola resolveu investir e trazer mais uma pessoa para trabalhar com a modalidade. O voleibol da escola era muito forte e quem comandava era o Hudson, ainda um estudante da UFMS, de Aquidauana. Ele e o Melão - que eu não lembro o nome, infelizmente - tocavam o volei e recomendaram o Valmir, que eu conhecia da Federal. A partir de 91, o Valmir veio trabalhar comigo.
E aí nossa família ganhou um grande amigo. Em pouco tempo, Valmirzinho estava sempre em casa, alegrando o ambiente e fazendo todo mundo se sentir mais feliz... nossa parceria foi maravilhosa, pois ele entendia muito de futsal e eu conseguia articular as necessidades administrativas, com a Federação e com a escola... excelente. Cada um ficava com determinadas categorias e dávamos os treinos juntos. Tivemos momentos inesquecíveis, e o mais marcante foi quando ganhamos a seletiva para o estadual de 92 com o pré-mirim (uma virada histórica em cima da Escolinha do Pelezinho, o bicho papão da época) e fomos terceiro do estado em seguida. Jogávamos com os garotos da Mace, ASE, Dom Bosco, Oswaldo Cruz, Perpétuo Socorro, Escolinha do Pelezinho, Círculo Militar, Corumbaense... era bem movimentado o futsal na época.
Uma vez, saímos de um jogo, já tarde da noite. Tínhamos ido no carro dele, um SP2. A partir de um determinado momento, percebemos que um helicóptero estava passando perto da gente. Depois de alguns minutos, deu pra saber que ele nos seguia. Começamos a ficar preocupados, pois helicópteros eram coisa da polícia apenas, na época. Olhávamos para cima e nada da nave, apenas o som ensurdecedor das hélices prestes a nos cortar a cabeça... quase em pânico, decidimos parar o carro e correr (ou algo do gênero). Quando o Valmir parou o carro... que vergonha! Era o pneu que havia estourado e estávamos com o helicóptero nos ouvidos.... rimos muito e até hoje eu não sei como o Valmir não percebeu que a roda estava tocando o chão...
Trabalhar com iniciação precoce foi uma situação que, à época, era tida como normal para mim. Certamente, o tempo foi se encarregando de mostrar as evidências de que este tipo de trabalho traz mais malefícios do que benefícios e que o esporte deve ter um outro tratamento com crianças. Evoluímos.
O que de mais bonito ficou desta experiência foi a amizade que se estabeleceu com o Valmir e o amadurecimento profissional que trouxe. Um amigo importante na nossa história e que vai aparecer mais algumas vezes por aqui...
Paz de Cristo a todos!
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
domingo, 24 de agosto de 2014
De 91 a 93 - Arte Boa Nova
Então, continuando o registro de 91 a 93, lembro bem que foi um período onde algumas coisas foram determinantes para o nosso futuro.
Por exemplo: fui convidado pela Neli, amiga da família, a fazer uma oficina de teatro do grupo espírita Arte Boa Nova, do Nelson, Alex e Marta (todos se tornaram grandes amigos). Neste grupo de teatro também já atuava (e ainda atua) o Valmir Menezes, que trabalhava comigo no Universo, com futsal. A Rosana também fez, se não me engano. A partir desta oficina, o teatro voltou à minha vida com toda a força (na escola, fiz algumas coisas). O Boa Nova me deu algumas experiências decisivas. No teatro, encontrei algo que não havia sentido no esporte: reconhecimento. Apesar da paixão, eu iria demorar muitos anos até sentir na profissão o que senti no teatro: o olhar de aprovação e respeito pelo talento que eu tinha sem a competitividade que exclui e vê o outro como alguém a ser eliminado. Sinceramente, não acho que eu tenha um talento absurdo no teatro; mas é uma atividade com que me identifico e tenho facilidade em desempenhar com boa qualidade. Assim, durante o meu envolvimento com o teatro no Boa Nova, a camaradagem, o companheirismo, o respeito, os ensaios intermináveis, os resultados junto ao público e todo o clima profissional que os 3 mosqueteiros do Boa Nova (Alex, Nelsinho e Marta) colocavam nas atividades e peças me deram condições de amadurecer e me sentir capaz de olhar para algo e dizer: "Isso eu faço bem; não necessariamente melhor que todo mundo, mas posso me sentir seguro que o que farei terá um bom nível".
Obviamente, este amadurecimento de minha parte também impactou no casamento. A Rosana demonstrou uma característica que sempre a acompanhou: acreditar em mim e estar junto nos desafios. Sempre me encorajou a participar dos ensaios (até ia em algunas - quem já fez teatro em algum nível sabe que ensaio é que nem treino; tem que gostar muito pra fazer porque envolve repetição e paciência) e sempre me deu o mais amoroso dos olhares antes, durante e após as apresentações.Sempre demonstrou orgulho e sentiu as vitórias deste tempo como dela também, até porque realmente eram dela também: já naquele tempo, eu não seria nada sem ela.
O Arte Boa Nova também nos proporcionou uma possibilidade decisiva: foi com o grupo que conheci a Fundação Bradesco (FB). A Diretora da FB era a Dnª Eli, mãe do Jean que também é professor de Educação Física. Eu o conhecia bem por conta de sermos contemporâneos da UFMS - é da mesma turma do Haroldo e do Adilson. Dnª Eli é espírita e convidou o Boa Nova a ir à FB para fazer uma apresentação de uma peça que eu não lembro o nome agora (sei que eu fazia Moisés... acho que o nome era "Evolução").
Neste dia, acho que em 92, conheci a FB e no primeiro dia que estávamos lá eu pensei: "Será que é boa ideia virmos trabalhar aqui?". Bom, esta parte é pra depois...
Paz de Cristo a todos!!
Por exemplo: fui convidado pela Neli, amiga da família, a fazer uma oficina de teatro do grupo espírita Arte Boa Nova, do Nelson, Alex e Marta (todos se tornaram grandes amigos). Neste grupo de teatro também já atuava (e ainda atua) o Valmir Menezes, que trabalhava comigo no Universo, com futsal. A Rosana também fez, se não me engano. A partir desta oficina, o teatro voltou à minha vida com toda a força (na escola, fiz algumas coisas). O Boa Nova me deu algumas experiências decisivas. No teatro, encontrei algo que não havia sentido no esporte: reconhecimento. Apesar da paixão, eu iria demorar muitos anos até sentir na profissão o que senti no teatro: o olhar de aprovação e respeito pelo talento que eu tinha sem a competitividade que exclui e vê o outro como alguém a ser eliminado. Sinceramente, não acho que eu tenha um talento absurdo no teatro; mas é uma atividade com que me identifico e tenho facilidade em desempenhar com boa qualidade. Assim, durante o meu envolvimento com o teatro no Boa Nova, a camaradagem, o companheirismo, o respeito, os ensaios intermináveis, os resultados junto ao público e todo o clima profissional que os 3 mosqueteiros do Boa Nova (Alex, Nelsinho e Marta) colocavam nas atividades e peças me deram condições de amadurecer e me sentir capaz de olhar para algo e dizer: "Isso eu faço bem; não necessariamente melhor que todo mundo, mas posso me sentir seguro que o que farei terá um bom nível".
Obviamente, este amadurecimento de minha parte também impactou no casamento. A Rosana demonstrou uma característica que sempre a acompanhou: acreditar em mim e estar junto nos desafios. Sempre me encorajou a participar dos ensaios (até ia em algunas - quem já fez teatro em algum nível sabe que ensaio é que nem treino; tem que gostar muito pra fazer porque envolve repetição e paciência) e sempre me deu o mais amoroso dos olhares antes, durante e após as apresentações.Sempre demonstrou orgulho e sentiu as vitórias deste tempo como dela também, até porque realmente eram dela também: já naquele tempo, eu não seria nada sem ela.
O Arte Boa Nova também nos proporcionou uma possibilidade decisiva: foi com o grupo que conheci a Fundação Bradesco (FB). A Diretora da FB era a Dnª Eli, mãe do Jean que também é professor de Educação Física. Eu o conhecia bem por conta de sermos contemporâneos da UFMS - é da mesma turma do Haroldo e do Adilson. Dnª Eli é espírita e convidou o Boa Nova a ir à FB para fazer uma apresentação de uma peça que eu não lembro o nome agora (sei que eu fazia Moisés... acho que o nome era "Evolução").
Neste dia, acho que em 92, conheci a FB e no primeiro dia que estávamos lá eu pensei: "Será que é boa ideia virmos trabalhar aqui?". Bom, esta parte é pra depois...
Paz de Cristo a todos!!
domingo, 17 de agosto de 2014
Retomando o raciocínio....
Bom dia a todos!
Voltamos a postar as nossas crônicas depois de um período de reflexões e descanso.
Bom, falamos do ano 1, depois veio a Copa e nossa mente foi tomada de assalto por este fenômeno cultural e histórico que é a Copa do Mundo de futebol. Sinceramente, depois da postura da CBF em relação aos rumos da gestão do futebol comecei a sentir que o amor pelo futebol pode acabar... bom, isto é outro assunto.
Em 1991, eu e a Rosana tínhamos as seguintes rotinas:
- eu trabalhava no Instituto Sulmatogrossense para Cegos, no SESC, no Colégio Universo (com futsal) e em duas escolas do Município com aulas de Educação Física (concursado); a Rosana trabalhava no SESC e no Estado (concurso);
- comíamos muita pizza no La Gondola (fica a 100 metros da nossa casa na José Antonio, em Campo Grande) e tomávamos lá a cerveja mais gelada do mundo. A pizza do La Gondola É A MELHOR DE TODOS OS UNIVERSOS!!!!!!!!!
- entramos um moai para comprar um vídeo cassete (que vinha do Paraguai) em um grupo no SESC. Foi ótimo quando chegou o nosso... Como era fantástico poder assistir um filme sem comerciais e poder assistir de novo quando ele acabava... a Rosana ficava brava comigo toda a semana por dois motivos: eu alugava 5, 6, 7 filmes por fim de semana sem tempo para assistir, lógico, (a nossa locadora preferida ficava na Rua Maracaju no mesmo quarteirão de nossa casa... mas não lembro o nome) e TODO o fim de semana eu tentava assistir "Goooooooooooooooood Morning, Vietnããããããããããããã!!!!!"... depois da décima vez ela começou a zangar.....
- a Rosana ia ao Belmar Fidalgo correr e eu não ia...rs
Ficamos nessa rotina (em 92 deixei 2 empregos - ISMC e SESC) até junho de 1993, quando tomamos a decisão mais crucial de nossa vida... mas esta é na próxima...
Paz de Cristo a todos!!
Voltamos a postar as nossas crônicas depois de um período de reflexões e descanso.
Bom, falamos do ano 1, depois veio a Copa e nossa mente foi tomada de assalto por este fenômeno cultural e histórico que é a Copa do Mundo de futebol. Sinceramente, depois da postura da CBF em relação aos rumos da gestão do futebol comecei a sentir que o amor pelo futebol pode acabar... bom, isto é outro assunto.
Em 1991, eu e a Rosana tínhamos as seguintes rotinas:
- eu trabalhava no Instituto Sulmatogrossense para Cegos, no SESC, no Colégio Universo (com futsal) e em duas escolas do Município com aulas de Educação Física (concursado); a Rosana trabalhava no SESC e no Estado (concurso);
- comíamos muita pizza no La Gondola (fica a 100 metros da nossa casa na José Antonio, em Campo Grande) e tomávamos lá a cerveja mais gelada do mundo. A pizza do La Gondola É A MELHOR DE TODOS OS UNIVERSOS!!!!!!!!!
- entramos um moai para comprar um vídeo cassete (que vinha do Paraguai) em um grupo no SESC. Foi ótimo quando chegou o nosso... Como era fantástico poder assistir um filme sem comerciais e poder assistir de novo quando ele acabava... a Rosana ficava brava comigo toda a semana por dois motivos: eu alugava 5, 6, 7 filmes por fim de semana sem tempo para assistir, lógico, (a nossa locadora preferida ficava na Rua Maracaju no mesmo quarteirão de nossa casa... mas não lembro o nome) e TODO o fim de semana eu tentava assistir "Goooooooooooooooood Morning, Vietnããããããããããããã!!!!!"... depois da décima vez ela começou a zangar.....
- a Rosana ia ao Belmar Fidalgo correr e eu não ia...rs
Ficamos nessa rotina (em 92 deixei 2 empregos - ISMC e SESC) até junho de 1993, quando tomamos a decisão mais crucial de nossa vida... mas esta é na próxima...
Paz de Cristo a todos!!
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