Em outubro, no MS, o feriado de Nossa Senhora (12) emenda com o da divisão do estado (10). Em uma noite de setembro (acho), no SESC, estávamos eu, a Rosana e o Álvaro nos encontramos na escada que saía da lanchonete e ia pra quadra. Aproveitei e perguntei pro Álvaro, na frente dela e sem combinar nada, se ele aceitava ser padrinho de casamento. Foi bacana ver a reação dela...
Tempos depois, a Rosana me disse que contou que teve a seguinte conversa com o Álvaro:
Rosana: Álvaro, será que eu estou fazendo a coisa certa em escolher o Edson?
Álvaro: Baixinha, você não aposta nele? Eu aposto...
Sempre fui grato ao Álvaro por isso e por me inspirar em trabalhar com a gestão de equipes de profissionais de educação física. E ainda não perguntei pra ele porque não foi ao nosso casamento....
Bom, a partir do pedido de casamento aceito, precisávamos ir à Piraju, em São Paulo, pra que eu conhecesse a família da Rosana. Escolhemos o feriado pra que eu a pedisse em noivado. Fomos pra lá de ônibus. Primeiro, de Campo Grande à Ourinhos, depois de Ourinhos à Piraju. Lembro como se fosse hoje a chegada do ônibus, a visão da cidade, a Rosana me explicando que o nome significa "peixe amarelo" e, por isso, a cidade tinha o desenho de um peixe (à noite, dava pra ver. Hoje em dia, acho que não dá mais).
Conheci o Seu João Simões. Quando a Rosana falava dele, eu pensava "Que exagero, ninguém é tão bom assim. Esse deve ser daqueles que jogam pra torcida..". Como tantas vezes na minha vida, vi que fui preconceituoso e apressado no julgamento. Ao conhecer o Seu João e conviver com ele (até 98, ano de sua morte, assim como a do meu João, o Lourenço), pude perceber que toda a admiração e amor que a Rosana dedicava a ele era merecida e justa. Nunca conheci alguém com tanta dedicação à família (e todo extremo acaba gerando erros de passividade, diga-se de passagem). O nosso reconhecimento é tanto que, em nossa casa, o jeito de determinar se um de nós está dizendo a verdade ou não é "Jura pelo pai da mãe?".
Conheci Dnª Santa, minha sogra. Ela não gostou de mim desde a primeira vez que me viu e acho que ela não estava errada. Sempre me respeitou, mas adorava mostrar quem mandava. Certamente, vou contar passagens nossas que mostraram que nunca chegamos a um consenso de quem era mais chucro... apesar de eu nunca ter discutido com ela. Após meu pedido de noivado, ela me perguntou se eu tinha certeza se queria casar, já que a Rosana é mais velha que eu 2,5 anos. Depois de ouvir a afirmativa, virou pra ela e disse: "Se ele não quiser mais você, pode vir pra cá que a gente te acolhe". Não me senti mal, não. Sempre achei que ela fez o papel de mãe de forma exemplar. E, apesar do temperamento rude e mandão, foi uma mãe que deu o melhor suporte que podia aos filhos.
Conheci a Rose e o Carlão, cunhada e concunhado. Demorou pra que eu fosse aceito, pois só o tempo dá a oportunidade pra que a gente amadureça e desfrute as possibilidades que o outro nos traz. Cada vez mais, nos tornamos parceiros no dia a dia da vida.
Conheci a Larissa e o Bruno. Eram duas criancinhas, acho que de 3 e 1,5 anos, respectivamente. Hoje com 28 e 26 anos (acho), casados. Foram as duas pessoas, na família, que me reconheceram como alguém da família nos primeiros anos. Me prepararam para ser pai e, hoje, sinto que me reconhecem. Ficamos emocionalmente afastados por uns tempos, mas hoje (e faz um bom tempo) somos próximos como tios e sobrinhos devem ser.
Seu João e Dnª Santa, Zezé e Amadeu, Rose, Carlão e Larissa, Dnª Yolanda e Seu (esqueci o nome)*
A partir do noivado, pude saber onde estava "me metendo". Ninguém fez de conta que gostou de um garoto de 22 anos, imaturo, meio irresponsável e diferente de tudo o que eles conheciam (estavam absolutamente certos) "tomar o lugar" de um "homem católico, concursado na Caixa (e não Banco do Brasil) e com assunto". Assim como, com o passar do tempo, fomos nos entendendo e chegando a uma convivência que foi se tornando de tolerante a respeitosa, chegando a uma parceria, quem sabe. Assim é nossa caminhada na terra.
Paz de Cristo a todos!!!
*Seu Francisco! Desculpe....